luminosidade

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domingo, 16 de dezembro de 2012

poética


    quero um poema que pulse,
que seja incapaz de permanecer alheio
às dores estampadas nas filas de atendimento
dos postos de saúde,
que não permanceça impassível
diante dos olhos oceanos de carinho
de cada cão abandonado pelas ruas do Rio

que conheça o encanto das rimas
mas principalmente o calor dos encontros
sem medidas...
rabisco riscado no ônibus cheio,
o poema estará manchado de suores alheios

surto de sonhos semeados aos quatro ventos
veleiro em paisagens desconhecidas,
 quero um poema que seja um ser vivo...
e sem mais confiar em palavras traiçoeiras,
quero ser um poema.